quinta-feira, 29 de março de 2012

Continuação do tema : A guerra do Paraguai

A Primeira Intervenção Brasileira 
 A primeira intervenção brasileira ( Guerra de Oribe e Rosas ) visa pôr no poder os colorados de Rivera no Uruguai e os federalistas na Argentina ( com apoio dos governadores de Corrientes, Urquisa e Entre Rios, Virasoro). O inimigo é o argentino Rosas e seu aliado, Manuel Oribe presidente uruguaio. O império teme que Rosas reunifique o antigo vice-reinado do Prata ( Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia). As Califórnias, ataques de milícias do RS ao Uruguai pressionam pela intervenção imperial.
 O caudilho Chico Pedro de Abreu, Barão de Jacuí ( bajé) , lidera o duelo de incêndios, saques, degolas e roubo de gado. A invasão começa pelomanifesto de Urquisa pela derrubada de Rosas e Oribe ( 1/5/1851 ) e uma aliança com o Brasil. O Uruguai é invadido pelos RS ( Caxias ), Argentina (Urquisa) e por mar ( Grenfell). Oribe captula e o país fica dois anos ocupado pelo Brasil. Os vencedores (20.000 correntinos e entrerrianos, 4 mil brasilerios 1.700 Uruguaios) passam à Argentina e, na Batalha de Monte Caseros, decidem a sorte de Rosas. Este se asila na Inglaterra, onde morre pobre e esquecido.


A Invasão Brasileira no Uruguai
 
 A invasão reforça a presença brasileira no Uruguai. O barão de Mauá tornar-se o maior banqueiro e pecuarista do país; 30% das terras uruguaias são de brasileiros. 
Os blancos voltam ao governo e o presidente Bernardo Berro tenta nacionalizar a fornteira: reprime a escravidão, eleva os impostos.
 Volta a pressão por uma interferência do Império, sobretudo quando blanco radical Atanazio Aguirre substitui Berrro e e o colorado Venâncio Flores ( 1800-1868) chefia novo levante.
O general Antônio Netto, que mantém um exército privado de 1.000 gaúchos, vai ao Rio dizer que ”o Império protege seu súditos, ou eles se armam e defendem a si próprios.

A Segunda Intervenção Brasileira
 
 A segunda intervenção brasileira começa com a missão Saraiva (06/05/1864), por via diplomática. Em acordo com o ministro inglês, Edward Thornton, o Conselheiro José Antônio Saraiva exige punição de todos os “criminosos”do exército e política do Uruguai, indenização dos brasileiros expropriados, libertação dos que tomaram armas. Aguirre recusa. Saraiva combina a invasão com o presidente argentino Bartolomé Mitre (1821-1906) e Thorton. Arrogam ao Brasil e Argentina o direito de arbitrar o conflito uruguaio.
 A armada do Barão (d. visc. e marquês) de Tamandaré (1807-1897) já está no Prata e o exército brasileiro na fronteira. As alianças de 1851 se recompõem com uma diferença crucial: o Paraguai notifica ao Brasil (30/08/1864) que “não pode se conservar indiferente” face a uma invasão do Uruguai “pois ela destrói o equilíbrio político no Prata”. Não há resposta; ao que parece, Dom Pedro, como Lopes, julga chegada a hora da guerra. A Prússia Paraguaia tem um exército de 50 mil homens (Brasil 18 mil, Argentina 8 mil); mas a Marinha (14 vapores, não construídos para a guerra) não se compara aos 23 atores e oito canhoneiras do império.
 Mandaré ajuda Flores a tomar Salto, bombardeia Paissandu (5/12/1864), mas não ousa tomar a cidade, defendida com bravura. Com a chegada de reforços e após violenta luta, Paissandu cai, o que define a campanha. Frente a 11 navios e 8 mil soldados, Aguirre capitula (20/2/1865) e ntrega a capital a Flores. Este inicia seu mandato fuzilando o gal. blanco L. Gomez, cuja cabeça é exibida na ponta de uma lança. O império conta outra vez com um governo amigo na ex-província Cisplatina.

Diferentes Interpretações da Guerra

 
 De acordo com a historiografia tradicional, a guerra seria produto dos desejos expansionistas de Solano López. O Brasil, a Argentina e o Uruguai teriam apenas defendido seus interesses sobre o território do Rio da Prata.
 Já a corrente historiográfica chamada revisionista defende que a guerra foi estimulada pela Inglaterra. A Inglaterra, por sua vez, temia o nacionalismo paraguaio e o exemplo que era para os demais países sul-americanos. Queria abrir o mercado paraguaio para seus produtos industrializados e foi grande financiadora do conflito.
Uma terceira corrente historiográfica nega a idéia de que interesses britânicos pesaram para o advento da guerra. Historiadores dessa corrente acreditam que o conflito pode ser explicado pela formação dos estados nacionais, por uma questão de fronteiras mal divididas e pelo controle que cada um dos mesmos (Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai), desejou ter sobre o Rio da Prata.
 Hoje, a análise de documentos inéditos, como informações comerciais, dados demográficos, cartas e fotografias, da nova cara ao episódio. A influencia da Inglaterra foi diminuída e os interesses de Brasil, Argentina e Uruguai, ressaltados. O Paraguai não foi apenas uma vítima. Quando López assumiu a presidência, em 1862, já deixou claro que pretendia resolver na marra as questões de fronteiras com os vizinhos. Imediatamente formou exércitos, armou-os e partiu para a ofensiva.

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